sexta-feira, 11 de maio de 2012

BEM LONGE






Sabe aquele frio que vem no fim do verão trazendo as velhas lembranças numa xícara de café
Tem alguém que na janela vendo a vida de camarote
Com livros abertos no chão
Relendo poesias velhas de homens mortos
Helena, Vinicius e Fernando.

Querendo chegar lá mais onde é lá
Será que é a montanha que está crescendo

O frio está entrando pelas frestas da porta agora vai congelar

Há mil anos tinha uma balança no quintal
Um bebê no berço
E as borboletas pousavam nas roupas do varal

Na garoa gelada da tarde caem milhares de tristezas
Em pé na varanda vê os telhados das casas
Fechadas
Com pessoas fechadas
Bem longe da rua da infância.






6 comentários:

  1. Triste mas muito linda sua poesia!Bem real!Bjs e meu carinho!

    ResponderExcluir
  2. Como o tempo passa e vai transformando tudo, especialmente o ser humano. É uma triste realidade...apresentada de forma poética.Bjs.
    M.Emília

    ResponderExcluir
  3. "As lembranças dos tempos que não voltam mais, muitas vezes podem trazer sorrisos em nossos lábios, mais depende muito da visão que se olha o passado".

    Lindo domingo de paz.
    Beijinhos de estrelas.
    Lua.

    ResponderExcluir