terça-feira, 28 de maio de 2013

chovendo em Curitiba




Era menina de vestido listrado 
O cabelo preto e os pés descalços
E você um vulto ligeiro de alguém que tinha acontecido e ficado no passado 
E eu cresci, chorei, aprendi poesia.
Comprei livros...
E você casou e teve filhos...

O mundo estupidamente girou com você longe 
Nem percebi quando voltou e chegou para ficar 
Não para ficar junto como bela lembrança 
Mas para ficar como feia cicatriz 
Daquelas que ardem no olhar

Os amores perdidos no inverno doem o dobro 
Não ousem discordar

Quando se preparou para partir 
Meu coração quis pedir para ficar 
Por sorte meu orgulho o fez calar com tapas
Meu sentimento me jogaria
a seus pés 
Mas minha vaidade me deteve...

E não chorei 
Nem depois do adeus 
Quando estava só 

Encarei meus olhos no espelho e lá vi 
Uma mulher debochando de uma menina 

Na manha seguinte
Amanheceu chovendo em Curitiba 
Eram as lagrimas que não pude derramar 
Amanheceu trovejando em Curitiba

Esses eram os gritos de "fique eu te amo" que não pude dar.

4 comentários:

  1. Poesia que emociona,muito linda!Chuva d lágrimas em Curitiba...bjs,

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  2. Maravilhoso poema repleto de nostalgia. Adorei. Beijos com carinho

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  3. Boa tarde, Lua. Gostaria de saber o seu nome.
    Um poema maravilhoso, muito bem feito, e não ouso mesmo discordar que "Os amores perdidos no inverno doem o dobro."
    É verdade, suas lágrimas foram lindas em forma de chuva, mas será que não teria sido melhor vencer o orgulho?
    Seja como for, belíssimo, sem dúvida!
    Tenha um fim de semana maravilhoso e tudo de bom!
    Beijos na alma!

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