terça-feira, 15 de maio de 2012

meu quarto





No meu quarto existem duas camas 
Uma para mim 
Outra para meus sonhos
No meu quarto vivem centenas de historias 
Milhares de nomes
Infinitos lugares
No meu quarto existem 
Crianças que nunca crescem
Vivem lá anjos e demônios
 Invejando-se mutuamente
Tem um rei vigiando a porta
Também um monstro sem cabeça
 E com dez corações
E toda a vez que abro a janela 
Voam vulgares pardais

sexta-feira, 11 de maio de 2012

BEM LONGE






Sabe aquele frio que vem no fim do verão trazendo as velhas lembranças numa xícara de café
Tem alguém que na janela vendo a vida de camarote
Com livros abertos no chão
Relendo poesias velhas de homens mortos
Helena, Vinicius e Fernando.

Querendo chegar lá mais onde é lá
Será que é a montanha que está crescendo

O frio está entrando pelas frestas da porta agora vai congelar

Há mil anos tinha uma balança no quintal
Um bebê no berço
E as borboletas pousavam nas roupas do varal

Na garoa gelada da tarde caem milhares de tristezas
Em pé na varanda vê os telhados das casas
Fechadas
Com pessoas fechadas
Bem longe da rua da infância.






quarta-feira, 2 de maio de 2012

Azul



Deus gosta de azul

Veja só céu

Veja só mar

Tenho também seus olhos para provar