terça-feira, 17 de abril de 2012

Casa velha


 


Derrubaram a arvore
Carregada de pêssegos
Demoliram as paredes
Disseram - vá embora aqui não é seu lugar
Enxotaram meu cachorro
E fogo queimou meus versos
Derreteu a tinta de meus quadros
Mais foram as lagrimas que nublaram minha
 
visão
Corri por dez anos com a chuva
Caindo em minhas costas nuas
E feridas
E foi tempo de medo e abandono
As flores afogadas na fumaça morriam
Como vitimas inocentes
E eu nem pude me despedir
Quando passo
pela rua vejo
Naquele novo lugar
Minha casa demolida
Algo se revolta em mim 
Mais conformada como estou obrigo a seguir
E deixar para trás o lugar onde nasci.




quarta-feira, 11 de abril de 2012

pequenos...


Farto da luta
Levantou cedo e saiu à rua
Sentou no banco da praça
Com rosto entre as mãos
Chorou como choram os
Inocentes
Gritou como gritam os
Possuídos
No final suspirou como suspiram os
Derrotados...






Tomei um gole de saudade

Fumei um maço de ironias

E para você voltei

terça-feira, 3 de abril de 2012

LIVROS









Empilhados ao meu redor são minha fortaleza
Erguem as torres que formam meu castelo
São pequenas portas onde adentro sem medo
De suas paginas saltam diabretes que devoram
Pensamentos


Espalhados ao meu redor são navios 
Navegam as águas dos meus olhos
Içam velas sopradas por palavras
Em minhas mãos são a própria matéria
 De que sou feita


Abertos ao meu redor são assas
De dragões, anjos ou fadas
São as únicas que foram dadas
Feitas de paginas e capas amassadas...
Por vezes esquecidas por vezes maltratadas...


Quando teve chuva

Quando tive frio

Quando as coisas mudaram para sempre

E foram tempos solitários

Como força ou fuga

Ali estavam


Então quando for minha vez de virar a

ultima pagina da vida

Por favor, não joguem terra em mim

Honre-me com fogo e livros